Nossa Senhora do Almortão.
Chamava a mãe de patroa mas há também quem cobre por tomar conta do neto.
Sem lar doce.
Esse lar vazio de sons mas cheio de santos e santas e anjos da guarda embora esses não tivessem conseguido impedir o roubo.
Esse lar sem doce mas cheio de santos e batatas que a filha ia trazendo. Uma só divisão da casa que todos os dias se ia enchendo batata a batata que chegava para distribuir pela vizinhança. Mas por vezes na vizinhança espreitava o diabo e pelo diabo a deixou o marido e pelo diabo ela nunca deixava o pai passar da porta.
Não sabia esta mulher que o pai da outra com 10 filhos descarregava na mais velha. Batia-lhe. Era tão mau tão mau que sempre que visitava a filha ela mandava que ficasse à porta limpando os pés no tapete.
Nem os anjos nem as santas particularmente a do almortão que o marido lhe trazia das viagens conseguiram impedir o roubo. Dois roubos, o do dinheiro e o do coração.
Ela ainda ontem foi à campa e limpou o terreno e regou-o com olhos húmidos por não haver nada que chorar porque não consegue esquecer mas consegue perdoar. Tinha o dinheiro entre as tábuas e o colchão, dinheiro ainda na moeda antiga.
Ai cadela que se me vou a ti desmancho-te porque viveste com o que é meu. Estas mãos de campo são capazes de esmagar uma batata.
1 comentário:
Komékié................É a fuga do bébé!
Bota o pé lev'i' nisso...
Estamos cada vez mais perto...muito mais menos mais,ahahahahahah...da emancipação do bébé adulto! Quando séculos mais até ao crescimento precoce do adulto que não foi criança e não é naturalmente pessoa...
Ah! É a construção dos novos lares para a new generation em fase de ascenção ao poder...
Necessitamos de novas Casas-Prisão que se assemelhem aos antigos Sanatórios - espaço de cura de doenças banais na sociedade em questão...
Questão: Será que hoje em dia temos cérebro a menos e ligações (cibernéticas) a mais?
Hipótese 1 de resposta: Menos com Mais dá muito menos...beijinhos phill
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