Uma folha do meu tronco espasmódico espasma espasmodia até aos meus cabelos. São as chamadas convulsões periódicas da minha alma. Acontece. Da minha língua saem arroubos roubos da integridade estável que devemos ser (aos olhos dos outros). Ansiedades malaicas. Totalidade, soma de espasmos em catadupa. Palpitantes histerias até ao céu.
sexta-feira, julho 28, 2006
As Bonecas da Dona Apolinária Formiga
"Nos meus tempos livres recordo o passado vestindo estas bonecas com as roupas que eu faço de acordo com os trajes usados pelas figuras típicas dos meus tempos de infância" _Apolinária Formiga
Apolinária Formiga recria as "marias da sua terra" de bonecas usadas. Pinta-lhes o cabelo, desenha e faz as roupas conforme se recorda dos trajes do passado.
Há mesmo uma Apolinária Formiga.
Há uma Amália.
De resto figuras pobres que ganhavam a vida com trabalhos que hoje desapareceram: vendedora de passarinhos, porteira do cemitério... De qualquer forma quem não tem memória das melhores figuras da nossa terra, cidade, rua, vizinhança....?
quarta-feira, julho 26, 2006
Lar Doce Lar_ O Nenuco e a Coelha de porcelana
terça-feira, julho 25, 2006
sexta-feira, julho 21, 2006
Lar Doce Lar
Nossa Senhora do Almortão.
Chamava a mãe de patroa mas há também quem cobre por tomar conta do neto.
Sem lar doce.
Esse lar vazio de sons mas cheio de santos e santas e anjos da guarda embora esses não tivessem conseguido impedir o roubo.
Esse lar sem doce mas cheio de santos e batatas que a filha ia trazendo. Uma só divisão da casa que todos os dias se ia enchendo batata a batata que chegava para distribuir pela vizinhança. Mas por vezes na vizinhança espreitava o diabo e pelo diabo a deixou o marido e pelo diabo ela nunca deixava o pai passar da porta.
Não sabia esta mulher que o pai da outra com 10 filhos descarregava na mais velha. Batia-lhe. Era tão mau tão mau que sempre que visitava a filha ela mandava que ficasse à porta limpando os pés no tapete.
Nem os anjos nem as santas particularmente a do almortão que o marido lhe trazia das viagens conseguiram impedir o roubo. Dois roubos, o do dinheiro e o do coração.
Ela ainda ontem foi à campa e limpou o terreno e regou-o com olhos húmidos por não haver nada que chorar porque não consegue esquecer mas consegue perdoar. Tinha o dinheiro entre as tábuas e o colchão, dinheiro ainda na moeda antiga.
Ai cadela que se me vou a ti desmancho-te porque viveste com o que é meu. Estas mãos de campo são capazes de esmagar uma batata.
Chamava a mãe de patroa mas há também quem cobre por tomar conta do neto.
Sem lar doce.
Esse lar vazio de sons mas cheio de santos e santas e anjos da guarda embora esses não tivessem conseguido impedir o roubo.
Esse lar sem doce mas cheio de santos e batatas que a filha ia trazendo. Uma só divisão da casa que todos os dias se ia enchendo batata a batata que chegava para distribuir pela vizinhança. Mas por vezes na vizinhança espreitava o diabo e pelo diabo a deixou o marido e pelo diabo ela nunca deixava o pai passar da porta.
Não sabia esta mulher que o pai da outra com 10 filhos descarregava na mais velha. Batia-lhe. Era tão mau tão mau que sempre que visitava a filha ela mandava que ficasse à porta limpando os pés no tapete.
Nem os anjos nem as santas particularmente a do almortão que o marido lhe trazia das viagens conseguiram impedir o roubo. Dois roubos, o do dinheiro e o do coração.
Ela ainda ontem foi à campa e limpou o terreno e regou-o com olhos húmidos por não haver nada que chorar porque não consegue esquecer mas consegue perdoar. Tinha o dinheiro entre as tábuas e o colchão, dinheiro ainda na moeda antiga.
Ai cadela que se me vou a ti desmancho-te porque viveste com o que é meu. Estas mãos de campo são capazes de esmagar uma batata.
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