quarta-feira, março 15, 2006

a uma respiração

Sem inspiração inspira expira para se soltar do balão de ar na garganta sem dor sem palavra sem assunto nem direcção. Para onde é que ela vai indo na direcção oposta à suposta indo na ilusão aposta que consegue lá chegar. Sem inspiração ela não consegue dormir não consegue sumir-se não. Para onde é que ela vai sem almofada sem vestido sem o incenso ainda ter ardido. Expiração espirro escarro solta-se no ar como um bocado de carne engasgado e empedernido. Salivação de tanto bater o coração. Degustação de um assunto proibido inalado e agora vomitado. Para onde é que ela vai sem gotas para os olhos sem olhos para a despedida.
Quem lhe disse que não se pode penar simplesmente. Uma pena apenas. Por viver neste mundo.

4 comentários:

Anónimo disse...

gostei do escarro empedernido...daqueles que tu puxas...puxas...e népia...ás vezes vomitas e tudo!!!!

Anónimo disse...

que respiração tão inspirada... já sinto falta de actualizações ;-)

Anónimo disse...

penar pra podar a cachos da vida, do mesmo mundo que o teu...

Anónimo disse...

salivamos na ânsia de não perder um segundo que nos reste...as cegonhas existem e os bébés são feitos de flocos de neve e de céu...os desabafos imagéticos acolhem-nos em viagens de mistério e cumplicidade, não é mary jane?
palhaçita