quarta-feira, fevereiro 08, 2006

REQUIEM FOR A HEAD I

I

Imagino uma cabeça numa bandeja.
Rola pelo chão.

É a de Jesus Cristo (!)

Todas as mulheres se apaixonam pela cabeça. Ele não se decide. Elas coleccionam cabelos.

Ele está farto delas!

II

Chegam os rapazes e jogam à bola com a bonita cabeça que a mãe ofereceu.

III

A pequena Polly acha tão carinhoso aquele ursinho cheio de pó e folhas secas de andar pelo chão.

Hora do chá.

Uma chávena de chá é servida.

3 comentários:

filipe disse...

é bem, agrada-me o teu blog! deixo-te a morada do meu:http://www.zenao.blogspot.com

filipe disse...

Quando as verdades são evidentes e absolutamente contraditórias, o que tens a fazer é mudar de linguagem. A lógica não serve para te ajudar a passares de um andar para o outro. Tu não prevês o recolhimento a partir das pedras. E, se falares do recolhimento com a linguagem das pedras, vais-te abaixo. Precisas de inventar essa palavra nova para dares conta de uma certa arquitectura das tuas pedras. Porque nasceu um ser novo, não divisível, nem explicável; porque explicar é demonstrar. E tu baptiza-lo então com um nome.
Como é que tu havias de raciocinar sobre o recolhimento? Como é que havias de raciocinar sobre o amor? Como é que havias de raciocinar sobre a propriedade? Não se trata de objectos, mas de deuses.

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

filipe disse...

Bem basta morrer sózinhos, a nossa condição é gregária. Esses lugares podem ser espaços, de quem partiu, ou que reservamos para quem há-de chegar. Todos temos no nosso recolhimento mais íntimo, côncavo ou convexo um lugar para o próximo, seja a sua presença ou a sua ausência. E é Deus para a criança o peito da sua mãe, como é Deus para a mãe amamentar a criança. Beijar é ser beijado, por exemplo...